terça-feira, 1 de maio de 2012

Ontologia

Imagina-se que o conceito de ontologia tenha se originado na Grécia Antiga, tendo ocupado as mentes de Platão e Aristóteles em seu estudo. Ainda que sua etimologia seja grega, o mais antigo registro da palavra ontologia em si, é a sua forma em Latim ontologia, que surgiu em 1606, no trabalho Ogdoas Scholastica, de Jacob Loard (Lorhardus), e em 1613 no Lexicon philosophicum, de Rudolf Göckel.
Estudantes de Aristóteles utilizaram pela primeira vez a palavra metafísica (literalmente depois do físico) para se referir em seus trabalhos docentes como a ciência do ser na qualidade do ser. Segundo esta teoria, então, ontologia é a ciência do ser na medida em que está a ser, ou o estudo dos seres, na medida em que eles existem. Para a ontologia, qualquer coisa que existe é vista apenas como algo que é, nada a mais do que isso. Mais precisamente, ontologia diz respeito a determinar quais as categorias do ser são fundamentais, e perguntar, e em que sentido, os itens para essas categorias serem ditas que "são".
Alguns filósofos da escola platônica alegam que todos os substantivos referem-se a entidades existentes. Outros filósofos sustentam que nem sempre substantivos nomeiam entidades, mas que alguns fornecem uma espécie de atalho para a referência, para uma coleção de objetos, ou eventos quaisquer. Neste último ponto de vista, mente, pois em vez de referir a uma entidade, refere-se a eventos mentais vividos por uma pessoa. Por exemplo, "sociedade" remete para um conjunto de pessoas com algumas características comuns, e "geometria" refere-se a um tipo específico de atividade intelectual. Entre estes pólos de realismo e nominalismo, há também uma variedade de outras posições; mas em qualquer uma, a ontologia deve dar conta de que palavras referem-se a entidades que não "são". Quando se aplica a este processo substantivos, tais como "elétrons", "energia", "contrato", "felicidade", "tempo", "verdade", "causalidade", e "Deus", a ontologia torna-se fundamental para muitos ramos da filosofia.
Questões ontológicas também foram levantadas e debatidas pelos pensadores nas civilizações antigas da Índia e da China, e talvez antes dos pensadores gregos que se tornaram associados com o conceito.
Karl Marx (1818-1883) ao decorrer da sua obra, a partir de sua Crítica á Filosofia do Direito de Hegel, cria algo radicalmente novo na História da Filosofia, uma Ontologia histórica, que decorreu da superação da Filosofia Antiga e Moderna, pois ambas tinham em si um peso histórico da concepção de mundo que o desenvolvimento das forças produtivas os tenha proporcionado, e Marx supera ambas, a Ontologia Greco-Medieval, a Antiga, que tem o centramento objetivo e a Ontologia Moderna, do Centramento subjetivo - e, portanto, Marx também é a superação do hipercentramento subjetivo da Pós-Modernidade, que é uma inflexão que desdobra o paradigma Moderna, nunca o superou, portanto, é neo-moderno, não Pós, visto que não o tenha superado em nada.
A História da Filosofia de Parmênides a Kant refletia um momento histórico onde a concepção de mundo favoreceu concepções como o Estoicismo, que refletia a imutabilidade aparente do Mundo e do Real, mas este quadro alterou-se quando se deu o mais rápido desenvolvimento das forças produtivas na transição do Modo de Produção Feudal ao Capitalismo, em que Imannuel Kant descreve ter operado a Revolução Copernicana da Ciência, em que muda o eixo do centramento do Objeto - Mundo, Deus... - para o Sujeito - embora não o Indivíduo Genérico-Humano - Burguês, resultado da processualidade da Individuação na forma de sociabilidade de classe, o Individualismo Burguês. É demonstrável aí a radical historicidade do Ser em Marx, onde a produção da vida material, o Trabalho, é categoria fundante do Mundo dos Homens, a terceira esfera ontológica, a do Ser Social, que porta a Consciência pela categoria da Teleologia, que em Hegel aparece como Universal, e Marx a define como categoria Singular ao Mundo dos Homens, aos Indivíduos Genérico-Humanos reais, historicamente construídos historicamente pelo devir da categoria do Trabalho.
"Assevera G. Lukács, na obra A Ontologia do Ser Social, no capítulo sobre Marx, que o alemão tenha partido de Hegel, ainda que 'desde o princípio em termos críticos', isto é, Marx partiu da Filosofia mais desenvolvida de seu tempo, a Filosofia Idealista Clássica Alemã, que teve em Hegel a maior encarnação."

Nenhum comentário:

Postar um comentário